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terça-feira, 27 de maio de 2008

Entenda-me

Olhe para o céu, veja as estrelas
tão distantes,
gigantes,
insignificantes
Da razão primordial,
antes do homem,
antes de nós,
elas nasceram
São jovens, as antigas, nascentes, agonizantes
estrelas
antes delas já eram as entidades elementares
No princípio
houve o tempo,
No princípio
houve a possibilidade,
houve infinito, infinitas
além do princípio, houve, há,
a Razão, o que é, complexa e simplesmente é,
é além de tudo
é antes de tudo
é sob, sobre, entre tudo
tudo é por ela
nela está o conhecimento, a verdade
o entendimento, o quadrado
o triângulo, o variável, a emoção
a quantidade, o conceito
a definição,
Não é um lugar, não é lugar nenhum
não está, é
conhece,
ama
sente
cálcula
nada,
não
não há fim,
há finito.

Justiça.

O que apresento a seguir é um esboço de Teoria da Justiça.

Definição: Sejam as pessoas A e B, sendo A e B equivalentes, chama-se justiça ao conjunto de tratamentos equivalentes que se deve dar a A e B em situações equivalentes.

Princípios da justiça.

1 – Imparcialidade.
A justiça não é em parte (ou algo é justo ou não é justo).
A Justiça se aplica a todos de modo igual.
Ex.: Se uma sentença tem uma parte justa e outra injusta, então a sentença é injusta. Se eu imponho uma lei também estou submetido a ela.

2 – Pesos e medidas iguais.
Para cada peso há uma medida correspondente.
Ex.: Uma pessoa que não tem plena consciência dos próprios atos não deve ser julgada como uma que tem.

3 – Verdade.
Só há justiça se houver verdade.
Ex.: Se um criminoso é condenado por um crime que não cometeu, então a condenação é injusta. Para que haja justiça, ele tem de ser condenado pelo crime que de fato cometeu.

Meu caminho...

Posso compreender,
Posso compreender,
Um mais um é igual a dois,
É por definição,
O finito está diante de mim,
Eu o construo,
Posso entendê-lo,
Posso apalpá-lo,
Mas o que Posso dizer do infinito?
Por mais que caminhe,
Não Posso alcançá-lo,
Mas, se não o Posso
Como Posso saber que está lá?
Hora eu o conheço,
Hora me parece ininteligível,
Por que tem que ser lá que ele está?
Não pode ser aqui o infinito e lá o zero?
Assim sendo, por mais que caminhasse
Jamais alcançaria o zero ou qualquer número real,
Estaria para sempre no infinito,
Irônico, quero alcançar o infinitamente grande,
Mas, mas mal o consigo fazer com o infinitamente pequeno
Por mais que divida, sempre há um pedaço menor,
Pode ser que seja esse o problema,
Há sempre um maior ou um menor,
Se alcançasse o infinitamente grande
Ou o infinitamente pequeno
Qual seria o último número por que passaria?
Ironia, pode ser que a incompreensibilidade não esteja no infinito,
Pode ser que esteja no finito...
Pois existe em quantidade infinita.

Tipos de Raciocínio.

O que apresento a seguir é uma classificação que fiz alguns meses atrás, por isso não está completamente atualizada, pode ser que em breve eu o faça.

Definição usada: Raciocínio é o modo em que se passam os processos mentais conscientes. A seguir são apresentados os tipos de raciocínios identificados por mim, do mais elementar ao mais complexo. É claro que é só uma forma de classificação, sendo que outras podem ser propostas ou esta pode ser aperfeiçoada.

Raciocínio associativo-identificativo: é o tipo que é responsável pela identificação de padrões, objetos e/ou seres e suas associações, ou seja, isolar entidades.
... Obs: em diversos casos os processos de identificação e associação envolvem também os sentidos (visão, audição, etc), mas na definição do raciocínio associativo-identificativo só é utilizada a parte “mental” dele.



Raciocínio manipulativo: caracteriza-se por movimentar, juntar, separar, sobrepor, dividir, multiplicar, somar e/ou subtrair coisas ou números mentalmente. Constitui-se de duas partes: a informação inicial (um ou mais objetos mentais e uma ou mais funções/operações, podendo ter outras informações) e a conclusão (o efeito ou a resposta) que é uma implicação da informação inicial.


Raciocínio dedutivo ou convergente: ocorre quando a partir de várias informações se obtêm uma conclusão que é uma implicação das primeiras.


Raciocínio impulsivo: é aquele no qual as informações levam (impulsionam) a uma conclusão que é uma possibilidade.

Raciocínio indutivo ou divergente: caracteriza-se por obter varias respostas ou conclusões (sendo que todas podem estar ou não corretas, ou seja, são possibilidades) a partir de uma única informação inicial.


Os tipos de raciocínio manipulativo, dedutivo, impulsivo e indutivo podem também ser classificados em um só tipo de raciocínio, o transformativo, pois ambos envolvem a transformação do conhecimento adquirido.

Raciocínio criativo: é a forma de raciocínio na qual o conhecimento surge do próprio intelecto, ou seja, nele a informação é trazida à existência, não sendo necessário conhecimento anterior.

Este último pode parecer muito fantasioso, mas é a ele que a ordem lógica em que estão organizados os tipos de raciocínio aqui apresentados nos leva: comecei falando de uma forma de raciocínio que se caracteriza por somente copiar o conhecimento do mundo e fazer associações com este e por aqueles que se caracterizam por transforma-lo, por “impulsão” (raciocínio impulsivo) cheguei ao tipo que se caracteriza pela criação de conhecimento.


História.

Inicialmente eu admitia a existência de duas formas de raciocínio: o dedutivo e o indutivo, sobre os quais li na Scientific American Brasil como sendo formas de pensamento. É bom fazer a observação de que eu não lembro de todos os detalhes dos raciocínios que fiz e, para que este texto não fique cheio de lacunas e/ou incoerências, me dou à liberdade de, nos casos em que não for bem clara a minha memória do que ocorreu, colocar aquilo que me parecer ser mais lógico que tenha de fato ocorrido ou da forma que for mais inteligível. Continuando com o texto, parei para pensar se não haveriam outras formas de raciocínio além das já citadas. Num dado tempo, em meio à reflexões sobre padrão, significado, etc, percebi que identificar padrões nas coisas é também um ato racional, pois é através dele que extraímos o conhecimento do mundo. Nossas mentes procuram achar um significado em tudo o que vemos, é por isso que ocorrem as ilusões de óptica (nossos cérebros às vezes se confundem ao interpretar algo) é também por isso que no geral dizemos não haver coisa alguma num espaço preenchido com ar. No entanto, isso não quer dizer que as identificações que fazemos são frutos da nossa imaginação, elas são o modo que nossas mentes encontram para isolar certas partes do ambiente em que vivemos que devem ser levadas em consideração, se não pudéssemos fazer isso não seriamos capazes de diferenciar um quadrado de um circulo ou uma pessoa de uma pedra. Essa nossa capacidade de identificar coisas do mundo não é algo restrito à nossa visão, ela é uma habilidade de nossas mentes (afinal nossos olhos somente transformam os sinais eletromagnéticos em sinais nervosos, nós vemos mesmo é com o cérebro) e se estende às informações coletadas pelos demais sentidos também. Então, como pode-se notar, identificar é um ato lógico, pois é o que nos dá a capacidade de diferenciar, e é, muito plausivelmente, um processo mental muito complexo. Portanto, passei a considera-lo uma outra forma de raciocínio.
Usando do anteriormente mencionado raciocínio identificativo, percebi que também somos capazes de associar os conhecimentos já adquiridos, como, por exemplo, perceber que há relações entre um quadrado e um retângulo ou entre um circulo e uma esfera. Após ter pensado, decidi que o melhor seria classificar o raciocínio identificativo juntamente com o associativo, pois é difícil dissocia-los, mas depois cheguei a conclusão que eles deveriam ser colocados como formas diferentes (fico muito angustiado quando isso ocorre!). Porém, enquanto escrevia este texto, lembrei que, segundo o que li num livro, nosso cérebro usa conhecimentos já adquiridos para interpretar aquilo que captamos, desse modo pode ser que não haja qualquer diferença entre essas duas capacidades de nossas mentes. Além disso, associar (do modo objetivo, ou seja, as associações que percebemos, não as que atribuímos) nada mais é do que identificar as semelhanças entre as coisas. Portanto, passei a considera-los como um só tipo de raciocínio.
Enquanto formulava esta classificação, paralelamente formulava também uma classificação dos níveis ou tipos de inteligências baseada no funcionamento delas. Eram elas inteligência copiativa, tranformativa e criativa. Porém, notei que essa não era de fato uma classificação sobre inteligência, era a própria classificação dos tipos de raciocínio expressa de forma mais geral e com outro nome. Portanto, abandonei ela. Mas nela havia uma capacidade que ainda não havia anexado à de raciocínios: capacidade de criar. Acima eu coloquei uma razão lógica para considera-lo uma forma de raciocínio.
Continuando eu a pensar, percebi que alguns raciocínios não se passam somente nas formas já admitidas. Alguns (ou muitos) se passam na forma de objetos se movimentando (girando, deslocando-se, etc), na separação deles, no seu agrupamento, etc. A esta forma eu dei o nome de raciocínio manipulativo. A figura acima representa bem esse tipo de raciocínio, quando corretamente interpretada: uma esfera material é lançada contra uma parede num dado ângulo em relação à parede (informação inicial) e ricocheteia com o mesmo ângulo (conclusão). No caso de operações matemáticas, para demonstrar que estas também fazem parte deste tipo de rac. basta imagina-las na forma de figuras: o + oo = ooo (1 + 2 = 3), sendo que cada “o” equivale a uma unidade (uma pedra por exemplo). Observe que o que foi feito na linha acima foi contar quantas pedras há em cada um dos grupos a serem somados (informação inicial) e, depois de feito isso, contou-se quantas pedras há no grupo então formado(conclusão).
Por derradeiro, observei que a ordem na qual coloquei os conceitos dos tipos me levavam a supor a existência do que havia colocado por último (r. criativo), obviamente este raciocínio que me levava ao raciocínio criativo era um outro tipo, pois não se enquadra em nenhum dos tipos até então mencionados. Ele é parecido com a dedução no detalhe de estarem presentes, a principio, mais de uma informação e, a partir destas, chegar-se a uma conclusão. Mas, é parecido com a indução na característica de a conclusão ser uma possibilidade e não uma implicação. Por fim, o que tem de diferente das duas é o fato de as informações iniciais deverem estar numa certa sequência para poderem levar a conclusão. Como em muitos dos conceitos aqui formulados, na falta de um nome melhor, eu o chamei de raciocínio impulsivo.
Agora o leitor pode estar criticando-me dizendo que esta classificação está errada porque os raciocínios que vêm após o primeiro estão todos com este embutido neles, o mesmo podendo-se dizer do segundo, etc. Acontece que para se efetuar um tipo de raciocínio “x” é necessário primeiro ter efetuado o raciocínio “y” (as exceções são o rac. criativo e o associativo-identificativo, pois, no caso do primeiro, um ser que for capaz de criar será capaz de todo o restante também e, no caso do segundo, o raciocínio assoc.-identificativo é o mínimo de raciocínio que um ser pode ter), o que não quer dizer que um ou outro não seja um tipo de raciocínio. Porém, deve-se notar que nós os utilizamos associando-os ou até fazendo intersecção entre eles.